Lee Konitz com OJM

Concerto na Casa da Música no domingo 12 Março 2006. Impressões boas e bastantes más. Boas pela boa disposição do "já nada novo" Lee Konitz que, em poucos segundos do início do concerto, mostrou que poucas notas, um som único e a procura da melhor frase no momento certo são os ingredientes mínimos necessários para cozinhar um jazz digno dos grandes. Lee Konitz começou sozinho o "I remember you" que a Orquestra Jazz de Matosinhos viria a completar. Arranjos de Ohad Talmor sobre temas de Konitz e alguns standards. E aí começaram os problemas. Uma captação de som muito pouco digna para a sala 1 da Casa da Música (o piano mal se ouvia quando estava a solo! Os trombones a arrasar com todos os outros instrumentos!). Mas sobretudo uma orquestração massiva, confusa, sobretudo exagerada. O senhor francês Ohad Talmor tem muita técnica de escrita, muitos recursos, mas tem sobretudo muito de muito. O Lee Konitz espanta-nos com a sua simplicidade (pela positiva), o Ohad Talmor espanta-nos com 500 mil variações em escassos segundos (para quem goste...). Acho que a OMJ fez o que pôde, encontrando aqui um bom desafio para tocar um repertório demasiado "muito". Por motivos desconhecidos, a orquestra teve como convidados extra o André Fernandes na guitarra (que esteve muito bem nos breve momentos em que apareceu) e Mário Barreiros na bateria. Ao que parece desta colaboração sairá um futuro CD para o mercado. E pronto. Aconselho todos a arranjar gravações do grande (e simpático) Lee Konitz!
LOUIS

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