Das histórias que nos contam
Escultura de Ron Muek, foto roubada daqui.
Este bichinho da maternidade tem um sintoma muito específico no género feminino... Aquilo que eu chamo de: a Partilha. Quando sabemos que alguém está grávida temos esta necessidade de partilhar, quer já se tenha sido mãe ou não, quer sejam experiências pessoais, quer seja o que aconteceu com a prima da vizinha da amiga da nossa tia. É inevitável. E sim, confesso que também estou a falar de mim. Sou como as outras.
Há dias recebi um e-mail muito querido de uma colega que está de licença de maternidade em que me dizia aquilo que gostava que lhe tivessem dito. Trocar experiências, truques, dicas é uma mais valia que ninguém deve menosprezar. Porém não percebo o porquê de algumas pessoas insistirem em contar, descrever e relatar o parto a alguém que está numa situação em que esse destino é certo. Neste momento não há nada que possam dizer que me faça voltar atrás. Foi concebido, tudo está e esperemos que assim continue a correr bem, logo um dia vamos ter que tirar daqui esta criança de alguma maneira. A bem ou a mal. Relatos de partos tipo "filme de terror" não ajudam ninguém a preparar-se psicologicamente para a coisa. No meu caso, apesar de temer esse momento, confesso que essas histórias não me incomodam e é como se fossem barulho de fundo. No entanto, era mais agradável falar de outras coisas com pessoas que não são tão íntimas quanto isso. Tipo dicas para os calar quando choram sem parar a meio da noite. Isso sim era útil.
Talvez, a partilha, seja algo que passa de geração em geração desde os tempos em que a sabedoria era passada de boca em boca. Não sei. Sei apenas que nunca vi um homem dar a sua opinião sobre o assunto sem que esta não lhe fosse directamente pedida.
PS. O que penso do parto dá outro post para outra altura.
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