Babel... ou o mito da solidão


Quanto ao filme... quem frequenta a blogosfera concerteza já se cansou de ler críticas, algumas um tanto ou quanto contraditórias... eu gostei, gostei mesmo, gostei muito porém não amei. Para mim não bateu a consistência demolidora do argumento de Amores Perros, mas vamos ser honestos tratava-se talvez de uma tarefa hérculea. De resto está tudo lá.


Nenhum homem é uma ilha, isolado em si mesmo; todos são parte do continente.
John Donne

Foi Solidão o que me assolou durante o filme. Habitamos num mundo que apesar de sobrepopulado (em algumas zonas) e plural, o ser está cada vez mais só. Não é a língua que nos separa, mas sim a cultura. Estamos cada dia mais isolados culturalmente uns dos outros, e começo a acreditar que talvez o Homem se esteja a tornar numa ilha (pelo menos alguns). Cada dia mais fechado sobre si e alheio ao mundo que o rodeia, construíndo temporariamente pontes até outras ilhas vizinhas com as quais mantenha relações politicamente correctas. Sinto hoje que todas as vantagens que se poderiam retirar de um mundo pluricultural ficam afugadas num charco de incompreensão, intolerância e desrespeito pelo outro.


I think we miss that touch so much that we crash into each other just so we can feel something.
Crash

Ella

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